PIRASSUNUNGA-ONTEM-HOJE E SEMPRE -NOSSA HISTÓRIA NOSSA GENTE

Editoriais : 16/07/2011 - 16/07/2011 - Semana Nenete: O sucesso da festa é de todos Da Redação Em seis de abril de 1995, o então prefeito Fausto Victorelli sancionava a Lei nº 2.656, criando no âmbito do município a Semana “Nenete de Música Sertaneja”, em homenagem a Waldemar Castellar De Franceschi. Proposta pelo vereador Edson Sidnei Vick, a lei determina que a festa seja realizada sempre no mês de julho, “em razão do aniversário do cantor e compositor”. O tempo passou e a Semana Nenete acabou se transformando na maior festa realizada durante o ano em Pirassununga. O sucesso talvez esteja na sua organização e realização, feita a quatro mãos: poder público e comunidade. E o que é bom acaba se tornando tradição. Assim como o jornal O Movimento, que há 76 anos vem registrando a história da cidade. Neste contexto, o jornal tem dedicado espaço para a Semana Nenete, não só durante a sua realização, mas ao longo de todo o período de sua organização. De antemão nossos leitores são informados sobre as famílias a serem homenageadas, a entidade a ser agraciada com arrecadação de alimentos, os artistas que se apresentarão e as manifestações culturais previstas. Este ano, por exemplo, entre matérias especiais e reportagens, o jornal deu mais de 15 páginas dedicadas à festa. Além disso, nosso site (www.omovimento.com.br) ajudou na divulgação, obtendo uma marca de mais de 800 acessos diários. E o sucesso se repetiu esse ano com um público estimado em 80 mil pessoas. Para o próximo ano, o secretário de Cultura e Turismo Roberto Bragagnollo já sinaliza com algumas inovações: utilizar o espaço com as casas que serão desapropriadas para fazer um espaço permanente de cultura caipira; aumentar a segurança da festa e ampliar o espaço para parte do terreno da fábrica e para além da rotatória; fortalecer os laços com a música de raiz e especializar e profissionalizar mais os ranchos. Durante esta semana Bragagnollo entregou a‘O Movimento um diploma de agradecimento pela nossa colaboração. Na oportunidade disse ao diretor João Batista Marques Neto: “A divulgação que O Movimento deu foi muito importante para o sucesso da festa”. Agradecemos o elogio, que nos estimula a prosseguirmos na nossa tarefa.


Sobre a Cidade - Contexto histórico da origem do município. 05/10/2010 00:00
Painguás. Assim eram chamados os índios da tribo Tupi-Guarani que, primeiramente, habitaram nossas terras. Agrupavam-se onde atualmente se localiza a Cachoeira de Emas. Nas margens do rio Mogi-Guaçu existia quatro aldeias, duas de cada lado. Ali permaneceram de 1825 até mais ou menos, 1880 e, denominaram de PIRA-SUNU-NGA. Que pronunciavam em três palavras daquele dialeto, da seguinte forma: PIRA-SUNU-NGA, sendo: Peixe-Barulho-Lugar.

Assim, em tradução literal, significa “lugar onde o peixe faz barulho”. Em tupi-guarani o “s” é sempre brando e não soa como “z”; daí, o fato de ser “s” dobrado (ss) em Pirassununga. Os índios observavam as grandes subidas (piracemas) dos peixes no rio Mogi-Guaçu e os roncos dos curimbatás nas desovas – eram tantos os peixes e tão fortes os seus roncos, que os índios somente podiam chamar o lugar desta maneira.

A data de fundação do povoado, segundo Faustino Ferreira de Albuquerque que se refugiou sob o pseudônimo de Xavier Novaes, em 1904, nos seus “Apontamentos” sobre a cidade descreveu: “(...) Não se conhece precisamente a data de fundação deste povoado...” Por isso fixou-se a data de 6 de agosto de 1823, onde havia uma pequena imagem que permaneceu em Pirassununga até 1878; esta que provavelmente foi trazida pelas famílias pioneiras para que servisse de padroeiro deste lugar foi trocada na corte, no Rio de Janeiro, por outra, mais bonita. Com a demolição da antiga Matriz, entre 1970 e 71, a imagem ficou no esquecimento; guardada pelo senhor José Lébeis reaparecendo na Igreja da Assunção após a sua construção e após o passamento do senhor Lébeis.

A imagem do Senhor Bom Jesus dos Aflitos de 1878, em cedro, com olhos de vidro, medindo 48,5 cm de altura e pesando 1.039 kg encontra-se hojeem sua Matriz onde se tornou padroeiro oficial da cidade.

Os pioneiros

A partir de 1809 começaram a chegar os pioneiros moradores brancos, a começar por Christovam Pereira de Godoy e sua mulher Anna Maria da Conceição, os quais fundaram a primeira propriedade rural do município, a Fazenda Santa Cruz que desmembrada através dos anos, em boa parte permanece com a mesma designação e, ainda, nas mãos de alguns Pereira de Godoy.

Em 1823 aconteceu a vinda de Ignácio Pereira Bueno e de sua mulher Anna Francisca da Silva, que aplicaram suas posses em terras onde hoje está localizada a área central da cidade. Este casal, em 1842, fez doações das terras para o Patrimônio da Freguesia de Pirassununga.

Mais tarde, o já então Bairro do Senhor Bom Jesus dos Aflitos a nascer às margens de um ribeirão, que depois se chamou Ribeirão do Ouro juntamente com a capela e um largo aberto no meio do mato que aumentado deu origem à Estação Rodoviária e a Igreja da Assunção.

A região de Pirassununga foi fundada e povoada primeiro por homens brancos e por negros escravos que vieram da região de Bragança (hoje Bragança Paulista), de Mogi-Mirim e de outras localidades, entre os anos de 1809 e 1842, muitos de seus familiares, já na oitava geração, ainda permaneceram em nosso município. São Eles: Pereira de Godoy, Bueno de Godoy, Moraes Sardinha, Cardoso, Souza Mourão, Bueno, Leme da Silva, Pereira de Araújo e Soares de Araújo.

Desde o início, os pioneiros trouxeram para Pirassununga o trabalho de escravos negros. Em 1842, o núcleo urbano do bairro deveria ter cerca de quinhentos habitantes e a zona rural, em torno de mil e quinhentos, dos quais aproximadamente quatrocentos eram escravos e seus familiares. Quando foi decretada a Lei Áurea, em 1888, libertando os escravos, Pirassununga deveria ter mil e duzentos deles.

No final de 1870 existiu um quilombo onde se escondia um bando de escravos fugidos, que de vez em quando saíam pela antiga estrada que ligava Pirassununga a Descalvado, para pedir comida, agredir pessoas e realizar assaltos.

Após a Lei Áurea, a nossa zona rural se ressentiu da falta do braço trabalhador do escravo. Entretanto, houve compensação, pois os imigrantes europeus (mais de mil nomes familiares italianos) começaram a chegar, a partir de 1890, enchendo as fazendas e a própria cidade com pessoas que falavam outros idiomas, traziam outras culturas: trouxeram a poesia, a música, a nova arquitetura e as novas práticas agrícolas.

Simultaneamente ao processo descrito, a partir de 1885 ocorreu o desenvolvimento do comércio e foi também a partir deste ano que o governo de Mogi-Mirim começou a coletar os primeiros impostos e taxas. Como Distrito ganhou o seu primeiro Juiz de Paz, o senhor João de Deus Bernardo, no recinto do juizado estava o livro de notas para registro oficial de compras e venda, sendo que a primeira escritura foi passada em 3 de outubro de 1935.

Em 1865 passou à vila de Pirassununga; até então não tinha autonomia administrativa e quando se tornou vila teve governo municipal próprio, com Câmara de vereadores e eleições realizadas dentro da Matriz. Foram cerca de 154 eleitores que elegeram o primeiro presidente da Câmara, o capitão Manuel Joaquim de Oliveira e Silva (capitão Maneco) e sete vereadores.

Em 1878 aconteceram dois fatos importantes para a vida de Pirassununga: a visita do Imperador Dom Pedro II e a chegada dos trilhos da estrada de ferro, da antiga Companhia Paulista de vias Férreas e Fluviais. Com cinco milhões de pés de café em nossas fazendas em 1884, e a grande importância da cafeicultura o cidadão José Peixoto da Motta Júnior com o apoio da Câmara Municipal e dos fazendeiros locais, organizou a I Exposição Regional de Café e editou um “Almanach de Pirassununga”, do qual resta uma única cópia, presente na Biblioteca do Museu Paulista, em São Paulo.

Este “Almanach” foi revisto e ampliado e, novamente publicado em 1885; sua cópia, igualmente está no Museu Paulista. Ainda assim, o desenvolvimento de Pirassununga se dava a passos lentos. Os anos foram passando e a cidade atingiu o apogeu de seu desenvolvimento durante os anos de vida política de Fernando Costa. Este veio para a nossa cidade após o casamento com uma filha da terra: Anita Costa. Estudou agronomia na Faculdade de Piracicaba, foi vereador e presidente da Câmara dos vereadores e após a morte do coronel Franco da Silveira assumiu o cargo de prefeito.

Foi durante sua gestão em Pirassununga, no estado de São Paulo, e em Brasília como ministro da Agricultura, que a cidade tomou outros rumos.

(texto extraído da revista “Pirassununga – 175 Anos”, publicada pela Editora Pirassununga Ltda, em Agosto de1998)
"PAÇO MUNICIPAL"-PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRASSUNUNGA

D. PEDRO II E SUA VISITA A PIRASSUNUNGA





D. Pedro II

Euze Denófrio
euze@omovimento.com.br

O mês de dezembro registra duas datas históricas para o povo brasileiro. No dia 2, em 1825, portanto há 184 anos, ocorria o nascimento de D. Pedro II. No dia 5, em 1891, a morte do imperador.
Aos poucos os grandes nomes da história do Brasil vão sendo relegados ao esquecimento. Como é o caso desta figura extraordinária que foi D. Pedro II. Para nós, pirassununguenses, sempre haverá um espaço para ele que, em 1878, aqui esteve. E a comunidade o reverencia dando o seu nome a uma de suas ruas.

Biografia
D. Pedro II nasceu a 2 de dezembro de 1825. Era o sétimo filho de Dom Pedro I (Dom Pedro IV de Portugal) e da imperatriz Dona Maria Leopoldina. Herdou o direito ao trono brasileiro devido a morte de dois irmãos mais velhos, Dom Miguel e Dom Carlos.
Assumiu o trono em 1840, antes de completar a maioridade exigida pela Constituição em virtude do seu pai ter abdicado do trono. Dom Pedro II foi coroado em 18 de julho de 1841.
Em 1843 casou-se com Dona Teresa Cristina. Tiveram quatro filhos, mas só sobreviveram Dona Isabel (Princesa Isabel, nascida em 1846) e Dona Leopoldina Teresa (nascida em 1847).
A partir de 1887, quando sua diabetes se agravou acarretando outros problemas de saúde, D. Pedro II afastou-se aos poucos do poder. Nessa época, já percorrera quase todo o Brasil e fora algumas vezes à Europa. Visitara também a América do Norte, a Rússia, a Grécia e o Oriente Médio. Em junho, partiu para a França, Alemanha e Itália. Em Milão, foi acometido de uma pleurisia e levado para Aix-les-Bains, onde permaneceu em tratamento até meados de 1888, antes de poder voltar ao Brasil. Na sua ausência, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
Em determinado momento seu governo entrou em conflito com os elementos mais conservadores da sociedade. Naquela época, as forças sociais mais importantes e que davam sustentação ao Império eram a aristocracia rural, formada pelos senhores de escravos, o exército e a Igreja.
As dificuldades da economia, agravadas com os gastos decorrentes da Guerra do Paraguai e, principalmente, a abolição da escravatura colocaram a aristocracia rural contra o imperador.
As forças liberais que o apoiavam passaram a achar que ele já estava velho e ultrapassado e que não era mais capaz de promover rapidamente as reformas que o país almejava. D. Pedro II foi deposto de forma pacífica e sem nenhuma espécie de participação popular no dia 15 de Novembro de 1889, através de um golpe militar do qual fez parte o Marechal Deodoro da Fonseca, que seria mais tarde o primeiro presidente republicano brasileiro. Pedro II aceitou com certa naturalidade o golpe, fazendo ardentes votos por grandeza e prosperidade ao novo regime. O ex-imperador e sua família foram exilados e mudaram-se inicialmente para Portugal e a seguir para França.
Pedro II faleceu em Paris dia 5 de dezembro de 1891. Seu nome completo: Pedro de Alcântara João Carlosn Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

Ecos da visita de D. Pedro II a Pirassununga

Por Florian

Contou-me o fato o meu amigo José Pedro de Godoy (dentista). Lá pelo longínquo ano de 1878, o nosso sempre amado e saudoso imperador d. Pedro II honrou Pirassununga com sua visita. Em aqui chegando, após várias visitas protocolares, esteve com seu velho amigo e colega de infância o professor Antunes. A visita inesperada do imperador e da imperatriz surpreendeu o mestre que se desculpou em face da falta de conforto e da humildade de sua residência, ao que lhe respondeu D. Pedro: “Não vim aqui para ver a sua casa, mas tão somente para visitar e abraçar o velho colega e amigo”. A senhora Antunes, afobadíssima, imediatamente mandou José Pedro de Godoy que era aluno de seu marido correndo pelo fundo do quintal, para emprestar de uma vizinha xícaras para servir café aos visitantes reais. No momento de servir a rubiácea um fato chamou a atenção de José Pedro. Um dos sapatos do imperador estava furado no lugar do dedo minguinho, para aliviar algum calo. A senhora Antunes tremia de emoção e ao recolher as xícaras notou que D. Pedro deixara na bandeja uma nota de 500 mil réis. Saindo da casa do professor Antunes o casal real fez um passeio pelas ruas da cidade. Durante o trajeto, uma senhora chamada Dona Iria, de longos cabelos soltos, pôs-se à frente da carruagem parando-a e em seguida beijou calorosamente as mãos da imperatriz Tereza Cristina. Esta, num gesto de profunda elegância, tirou um colar que estava em seu poder e colocou-o no pescoço de Dona Iria. Esta o recebeu com lágrimas nos olhos. Estes fatos causaram agradável repercussão aos habitantes de Pirassununga daquela época.

(Publicado n’O Movimento, 12 de abril de 1959)

EDSON SIDNEI VICK FOI PRESIDENTE DA CAMARA MUNICIPAL DE PIRASSUNUNGA NO BIÊNIO 1999/2000
( O PRESIDENTE DA PASSAGEM DO MILÊNIO )


Editoriais : 22/10/2011 - 22/10/2011 - AFA: um presente divino para Pirassununga





Da Redação

A história de amor entre Pirassununga e a Força Aérea Brasileira começou em 1942, ano em que a cidade foi escolhida por uma comissão de militares para sediar a Escola de Aeronáutica.
O Movimento, já então com oito anos de existência, relata o alvoroço que a notícia causou na cidade. Desde então, ano após ano, Pirassununga participa diretamente da história da Força Aérea Brasileira e da Escola de Aeronáutica, depois denominada de Academia da Força Aérea.
Como demonstra matéria nesta edição, continuamos acompanhando as marchas e contramarchas da construção desta escola. Em nossas páginas, certamente estão detalhes dessa história que nenhum outro órgão de comunicação no país possui.
Orgulhamo-nos disso.
Há exatos 40 anos, em 1971, a AFA recebeu sua primeira turma, coroando a transferência da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, para Pirassununga. Desde então, todos os pilotos da FAB são formados em Pirassununga. Hoje será difícil encontrar, em alguma unidade da Aeronáutica no Brasil, um oficial que não tenha passado ou se formado em Pirassununga. É o nome de Pirassununga presente nos quatro cantos do país, o que envaidece a comunidade. Não bastasse isso, Pirassununga é a sede da Esquadrilha da Fumaça, que extrapolando fronteiras, leva o glorioso nome desta cidade aos países onde realiza suas apresentações.
Enfim, há mais de 40 anos, a comunidade civil e militar da Aeronáutica vive em perfeita harmonia e progresso.
Graças à AFA a população de nossa cidade cresceu, pois a grande maioria dos militares que foi transferida para cá trouxe junto suas famílias. Que por sua vez criaram laços aqui e nesta terra permaneceram.
Outro fato que não pode ser esquecido é o volume financeiro que mensalmente irriga o comércio local. Que outra cidade em nossa região usufrui de tal riqueza?
Não podemos nos esquecer de mencionar outros setores que se desenvolveram graças ao apoio da AFA, como esportes e cultura.
Com certeza, sediar a Academia da Força Aérea foi um presente divino para Pirassununga. Agradecemos ao Senhor Bom Jesus dos Aflitos e suplicamos a Ele as mais ricas bênçãos sobre a comunidade militar da Aeronáutica em Pirassununga e no Brasil. http://youtu.be/7RundXTdJmQ